Texto: Ana Ornelas | Fotos: José Irani
A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp inaugurou nesta terça-feira, 30, a exposição coletiva “Milton Santos: Caminhos de Saúde e Território”. A mostra, aberta no Espaço das Artes da faculdade, reúne colagens, fotografias, vídeos e textos produzidos por moradores do Assentamento Milton Santos e por estudantes extensionistas da universidade.
As obras, realizadas entre 2023 e 2025, celebram os dois anos de atendimentos do Programa de Extensão Milton Santos e revelam diferentes olhares sobre o território, a vida comunitária e os múltiplos sentidos da saúde. O Programa é coordenado pelo professor Rubens Bedrikow, docente da FCM e assessor da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). A curadoria da mostra é assinada pela jornalista e artista plástica Karen Menegheti.

Segundo Bedrikow, a exposição expressa a riqueza dessa interação entre universidade e comunidade. “Hoje a gente tem a satisfação de trazer essa produção que mostra a nossa relação muito forte, principalmente com as crianças, mas também com os alunos que participaram de atendimentos no assentamento. O carro-chefe da mostra é a oficina de colagens, coordenada pela jornalista Karen, que já realiza esse trabalho na FCM e levou a proposta para dentro da comunidade”, explicou.
A oficina convidou as crianças a responderem, por meio de colagens, à pergunta “Como é morar aqui?”. A atividade, feita com revistas, papéis e cores, resultou em trabalhos que retratam tanto aspectos positivos quanto os desafios da vida no assentamento rural. Segundo Bedrikow, a experiência também inspirou reflexões entre os alunos extensionistas. “As produções das crianças inspiraram os estudantes a pensar sobre seu próprio papel: que comunidade é essa que estou atendendo? Que histórias estão por trás das pessoas que encontro? Nosso objetivo é mostrar que a saúde não é só cuidar da doença, mas de pessoas que têm valores, crenças e trajetórias”, ressaltou.

O professor destacou ainda a valorização da produção agrícola no assentamento. “Um dos moradores costuma dizer: ‘se o campo não planta, a cidade não janta’. É esse orgulho e essa consciência da importância social do trabalho deles que também buscamos trazer para a universidade”, completou.
A exposição é aberta ao público e pode ser visitada até 24 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, no Espaço das Artes da FCM.
Para outras informações, escreva para o e-mail: kmoraes@unicamp.br.