Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Divulgação
A décima edição da Jornada de Estudos em Assentamentos Rurais será realizada entre os dias 25 e 27 de junho, na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp. Promovido pelo Laboratório de Extensão Rural e Agroecologia (LERA), o evento se consolidou, ao longo das últimas duas décadas, como um espaço de diálogo entre universidade, movimentos sociais do campo e comunidades assentadas. A programação reúne pesquisadores, estudantes, agricultores familiares e representantes de políticas públicas para discutir as transformações sociais, políticas e ambientais que marcam o Brasil rural. Nesta edição, a Jornada conta com a parceria da Universidade Federal de Santa Maria e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além do apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), responsável pela alimentação dos agricultores familiares participantes.
Desde sua primeira edição, realizada em 2003, a Jornada tem como objetivo fortalecer os vínculos entre a produção acadêmica e a extensão universitária. “As jornadas surgiram como uma estratégia de aproximação entre a universidade, os assentamentos e os movimentos sociais do campo. Desde então, vêm se consolidando como um espaço potente de articulação entre pesquisa, extensão e política pública”, explicou Vanilde Esquerdo, professora da Feagri. Segundo ela, cada edição tem contribuído para ampliar a visibilidade das pautas do campo e fortalecer a agroecologia como um projeto coletivo e transformador. Neste ano, a temática central do evento será o debate sobre os desafios atuais da questão fundiária.

A edição de 2025 contará com uma programação extensa, composta por mesas-redondas, sessões organizadas, apresentações de trabalhos, lançamentos de livros e Grupos de Trabalho (GTs). Os temas em debate incluem: construção do conhecimento agroecológico; gênero e geração; comercialização e políticas públicas; movimentos sociais do campo; segurança alimentar e nutricional; e extensão rural. Entre os destaques da programação, está a exibição do documentário “Travessias em busca da agroecologia”, que retrata experiências de resistência e inovação em assentamentos rurais, além de mesas temáticas sobre a questão agrária no Brasil e os impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos.
Mais do que um evento acadêmico, a Jornada se propõe também como um espaço cultural e político. Ao longo dos três dias, a Feagri receberá uma feira com alimentos, livros e produtos artesanais da agricultura familiar e quilombola. A programação inclui ainda rodas de conversa e café coletivo, promovendo o encontro direto entre participantes e expositores. “Queremos fortalecer o caráter extensionista do evento. Sem diálogo, acabamos falando sozinhos”, destacou Vanilde. Para ela, a feira cumpre um papel simbólico e prático na valorização da produção popular.
Realizada bienalmente desde sua criação, com exceção de 2021, quando suspensa devido à pandemia, e de 2023, por falta de verba, a Jornada se firma como um espaço de escuta, resistência e construção coletiva.
Para ver a programação completa, acesse o link.