Texto: Ana Ornelas | Fotos: Divulgação
O projeto de extensão TeFis (Teatro da Física) – @teatrodafisica.unicamp, vinculado ao Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp e coordenado pela professora Gabriela Castellano, transforma conteúdos científicos em experiências cênicas acessíveis e interativas. Criado em 2016, o TeFis nasceu da integração entre o tradicional Show da Física e o trabalho de docentes do Instituto de Artes (IA), que colaboram na formação cênica dos participantes. A iniciativa conta com apoio da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) e tem como objetivo aproximar a ciência do público por meio da arte e do teatro.
Segundo Gabriel Aller Tolentino Oliveira, integrante do projeto e um dos responsáveis pelo Show da Física, a proposta surgiu após a pandemia, quando o grupo decidiu institucionalizar o trabalho. “O Show da Física já existia há muito tempo, mas era vinculado à empresa júnior da Física. Depois da pandemia, resolvemos dar continuidade e transformar o projeto em algo permanente dentro do IFGW. A partir daí, com a professora Gabriela, surgiu a ideia de unir a física ao teatro”, explicou.
A estudante Gabriela Alves Vicente, também integrante do projeto, conta que o grupo recebe orientação das doutorandas do IA, Pamella Villanova e Júlia Prudêncio, que auxiliam na construção teatral das apresentações. “A gente faz aulas semanais para aprender as artimanhas do teatro e tornar a comunicação científica divertida, mas sem perder o rigor conceitual. É um desafio mudar a linguagem e ensinar a física de um jeito acessível, e o teatro tem nos ajudado muito nesse processo”, completou.
Gabriela explica que o TeFis é composto por diferentes apresentações que exploram a relação entre ciência, arte e sociedade. Além do Show da Física, no qual apresentam experimentos de eletricidade e termodinâmica, o grupo desenvolve outros dois espetáculos: o Oráculo do Clima, peça que discute as mudanças climáticas e a responsabilidade coletiva diante da crise ambiental, e o Palhaçaria Científica. “O Oráculo do Clima é uma das nossas criações mais consolidadas. É uma reflexão sobre como a sociedade encara as mudanças climáticas e sobre como o conhecimento científico e físico pode ajudar a compreender o que está acontecendo ao nosso redor. A Palhaçaria vem como uma forma de tornar o aprendizado mais acessível e corporal. É uma linguagem divertida, expressiva, que ajuda a romper a barreira entre a academia e a comunidade”, contou.
Para Gabriel, o TeFis representa um espaço de aprendizado e troca entre diferentes áreas do conhecimento. “O Teatro da Física nasceu da vontade de fazer ciência de um jeito mais humano, sensível e compreensível. E isso é extensão: levar o conhecimento para fora dos muros da universidade e trazer a sociedade para dentro dela”, afirmou.
Os espetáculos do TeFis têm despertado o interesse de pesquisadores e artistas de diferentes áreas. Neste ano, o grupo participa pela segunda vez do congresso Ciência em Cena, realizado em São Carlos e voltado ao teatro científico, onde já apresentou o Oráculo do Clima e continua explorando novas linguagens para comunicar a ciência por meio da arte. Além disso, no dia 21 deste mês, o Show da Física integra a programação do 11º Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura, na Unicamp, às 19h, no Teatro de Arena.
