Projeto transforma humor em ferramenta de divulgação científica

Texto: Ana Ornelas e Daniela Prandi (SEC/Unicamp) | Fotos: Dário Crispim

O projeto “Comédia stand-up como ferramenta de divulgação científica” aposta no humor e na linguagem das redes sociais para aproximar a universidade das novas gerações. “Percebemos que muitos estudantes desconhecem o que é a Unicamp ou a consideram inatingível e resolvemos reunir e apresentar nossas informações de uma maneira leve e descontraída”, conta a professora Catarina Rapôso, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), coordenadora do projeto, contemplado no edital para financiamento de projetos de extensão promovido pela Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC).

Foi a pesquisadora da FCF, Valquíria Matheus, parceira do projeto, quem teve a ideia de explorar o stand-up como ferramenta. “É um privilégio trabalhar fora da caixinha. Na época da pandemia, percebi o quanto a ciência estava distante da sociedade, por responsabilidade nossa. Cabe ao pesquisador e ao cientista divulgar a ciência, mas, dentro do nosso universo, as informações se mantêm em um nicho muito específico”, conta.

Um dos integrantes do grupo de humoristas Em Pé na Rede, Rominho Braga, foi integrado ao grupo. “Escolhemos o Rominho porque o humor dele é leve e consegue cativar qualquer perfil jovem, além de ele ter um número expressivo de seguidores nas redes sociais”, destaca a pesquisadora, que tem experiência em comédia, pois participou de um grupo de teatro durante 15 anos em Jaú.

O humorista Rominho Braga durante apresentação para estudantes da rede pública; aproximação com as novas gerações
O humorista Rominho Braga durante apresentação para estudantes da rede pública; aproximação com as novas gerações.

De acordo com Rapôso, a proposta, pelo ineditismo, foi desafiadora. “Criamos uma disciplina de extensão na FCF, reunimos um grupo interessado e que está funcionando. Nunca fizemos nada semelhante”, destaca. As atividades começaram em agosto, com um evento-teste. “Fomos para o calçadão da 13 de Maio, no centro de Campinas, perguntar às pessoas sobre a universidade. A maioria respondeu que a Unicamp é um hospital.”

Como o público-alvo são os estudantes das escolas públicas, a pesquisadora entrou em contato com colégios integrantes de um projeto que ela coordena sobre treinamento e capacitação de docentes e fez um convite para participarem da iniciativa. Na primeira experiência, em setembro, alunos do ensino fundamental e médio da Escola Estadual Barão Ataliba Nogueira e da Escola Estadual Prof. Élcio Antonio Selmi foram trazidos ao campus da Unicamp para uma atividade interativa conduzida pelo humorista.

“Uma demanda que recebi dos docentes é que mesmo os melhores alunos acreditam que jamais vão conseguir estudar na Unicamp”, continua. “Resolvemos abordar temas relacionados com a vida universitária em uma brincadeira de ‘verdadeiro ou falso’, para destacar temas importantes, como a gratuidade, os programas de inclusão, as bolsas de estudo, a permanência estudantil, a moradia e o restaurante universitário. Plantamos a semente.”

A coordenadora do projeto Catarina Rapôso (blusa branca) e a pesquisadora Valquíria Matheus: proposta inédita e desafiadora.

“Apesar de todos os esforços na diversificação do vestibular, percebemos que muitas dúvidas continuam: ‘se eu passar, como vou conseguir estudar?’”, continua Rapôso. “Apresentamos todas as informações e ainda levamos alunos bolsistas de diferentes perfis para que, com pessoas de verdade, eles entendam que estudar na Unicamp é possível.”

Segundo a coordenadora, um dos temas que mais chamou a atenção dos estudantes foi a comida. “Eles quiseram saber como é o bandejão, qual a comida servida, se pode repetir o prato, se tem sobremesa”, conta.

Com improvisação, de uma maneira leve e divertida, as dúvidas foram sendo sanadas. “Se eu consegui entender o que a Unicamp faz, então qualquer pessoa consegue. Estou aqui para intermediar esse conhecimento e transformar em algo divertido. É uma chance de aprender junto e ainda arrancar risadas”, afirmou o humorista.

A próxima atividade será dia 14 de outubro. Até o final do semestre, mais uma escola participará do programa, que terá uma celebração com todos os participantes no encerramento. No final, o grupo editará os vídeos dos encontros para postar nas redes sociais, e uma versão integral irá para o YouTube.

Matéria original publicada no Jornal da Unicamp.

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