Texto: Ana Ornelas | Fotos: Antônio Scarpinetti
São mais de quatro décadas de música, de palcos compartilhados com grandes artistas, como Ney Rosauro e Mauricy Martin, e de uma história que se confunde com a própria trajetória da Unicamp. Fundada em 1982, a Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) transformou seus concertos em experiências de extensão e de memória cultural. Essa caminhada agora está registrada no livro “Música e Educação na Trajetória da Orquestra Sinfônica da Unicamp”, escrito pela professora Lenita Nogueira, do Instituto de Artes (IA), e publicado pela Editora da Unicamp em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC).
A iniciativa partiu dos próprios músicos, que deram início à pesquisa em busca de documentos, registros e memórias. “Foram eles que começaram a reunir esse material, com a intenção de resgatar a história da orquestra. Depois me convidaram para escrever e o trabalho foi crescendo, até se transformar em um livro”, contou Lenita.

Ao longo da obra, a professora destaca o caráter extensionista da OSU, que ultrapassa os muros da universidade e estabelece diálogos com a comunidade. “A orquestra nasce dentro da Unicamp, mas sempre esteve muito presente fora dela, em concertos educativos, em teatros e em parcerias com alunos e professores. Essa trajetória mostra a importância da OSU como elo entre a universidade e a sociedade”, ressaltou.
O livro é estruturado em três capítulos, cada um nomeado a partir de uma peça musical que simboliza momentos distintos da história da orquestra. O primeiro mostra a criação e os primeiros concertos; o segundo traz o período mais difícil, em que não havia sala de ensaio nem regência fixa; e o terceiro marca a consolidação, quando a orquestra conquista uma estrutura mais estável a partir de 2010.
Durante a escrita, Lenita se surpreendeu com detalhes descobertos em arquivos e jornais. “Eu já conhecia parte dessa trajetória, mas encontrar registros mais precisos foi muito especial. Um exemplo foi a missa em homenagem à Elis Regina, em 1983, que marcou profundamente os primeiros anos da orquestra. Outro destaque foram os concertos com canções do Milton Nascimento, que ajudaram a projetar a OSU”, relembrou.

A publicação também se marca como documento histórico, reunindo inventários, programas e registros de concertos. “Mais do que comemorar os 40 anos da orquestra, este livro é uma forma de valorizar a memória e reafirmar a importância da OSU como um patrimônio cultural da universidade e da cidade.”
O lançamento do livro acontecerá em duas datas, ambas acompanhadas de concertos da OSU. O primeiro será no dia 11 de setembro, no Teatro Castro Mendes, em Campinas, dentro da programação do Mês Carlos Gomes, com regente convidado e repertório que inclui obras de Carlos Gomes e Rossini. O segundo está marcado para 9 de outubro, no Auditório da FCM da Unicamp.