Katemann Akemi é destaque brasileiro no Kung Fu internacional

Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Arquivo Pessoal

“Eu nunca me imaginei atleta.” A frase, dita com simplicidade, não revela o extenso currículo esportivo de Katemann Akemi Valentim Uemoto, 28. Faixa preta de Kung Fu tradicional e representante da Seleção Brasileira na modalidade tradicional e Taijiquan, a atleta é reconhecida como um destaque e recebeu o certificado de mérito esportivo pela Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) da Unicamp.

Estudante na Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, sua história com a luta começou por meio da dança. Ainda adolescente, Kate participava de um projeto cultural em Paulínia, sua cidade natal, quando foi convidada a interpretar a personagem Mulan em uma apresentação de jazz. Para compor melhor os movimentos da guerreira chinesa, sua professora a levou até uma academia de Kung Fu. “Fiquei encantada não só com os movimentos, mas com a filosofia, os rituais, o respeito com que os atletas tratavam o espaço de treino”, relembrou. 

Katemann Akemi no Campeonato Brasileiro e Universitário de 2022, em Goiânia-GO. (Foto: Vitor Toyonaga)

Foi assim que a atleta aprofundou-se no Kung Fu tradicional, passando a se dedicar à modalidade. Com a base corporal construída na dança, logo chamou a atenção dos professores pela estética e pela flexibilidade dos movimentos, o que a levou às primeiras competições em 2018. No ano seguinte, passou a integrar a equipe nacional da modalidade.

Em 2020, em meio à pandemia, iniciou seus treinos em Taijiquan. Mesmo à distância, os treinos virtuais com a treinadora da seleção renderam bons resultados. Em 2021, Kate disputou seu primeiro campeonato nessa modalidade e, no ano seguinte, foi convocada para a Seleção Brasileira de Taijiquan. Este ano, representa o país em dois campeonatos internacionais, o 10º Campeonato Mundial de Kung Fu, na China, e o 5º Campeonato Pan-Americano de Kung Fu e Taijiquan, no México, em outubro e novembro, respectivamente. 

Em abril do ano passado, Kate deu um passo além no universo das competições e participou da organização do Campeonato Regional de Kung Fu em Campinas. O evento, realizado no Ginásio Multidisciplinar (GMU) da Unicamp, contou com o apoio da ProEEC, da Federação Paulista de Kung Fu (FPKF), do Ibrachina e do Instituto Confúcio da Unicamp. Além das disputas, o evento promoveu uma campanha solidária de arrecadação de brinquedos para o Centro Infantil Boldrini. “Foi emocionante ver o ginásio se transformar em um espaço de celebração do Kung Fu. Mais do que uma competição, foi uma oportunidade de promover inclusão, solidariedade e divulgar a arte marcial que tanto amo”, contou. 

Organizadores do Campeonato Regional de Kung Fu em Campinas, que aconteceu no GMU.

Para Kate, o Kung Fu é desafiador por não colocar limitações no corpo. É uma ferramenta de autoconhecimento e resiliência. “No balé, eu sempre achei que existiam limites que eu nunca ultrapassaria. Já no Kung Fu, meus professores me mostraram que eu podia ir além. Eles me ensinaram a confiar no meu corpo, a insistir, a acreditar.”

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