Forproex 54 debate a história e os desafios da extensão universitária no Brasil

Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Rafael Fonseca

Nesta terça-feira (26/11), começou o 54ª Encontro Nacional do Forproex (Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras) no Instituto de Geociências (IG) da Unicamp. Com uma acolhida formativa aos novos gestores, a primeira palestra foi ministrada por Maria das Dores P. Nogueira (Marizinha, como gosta de ser chamada), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Ana Inês Sousa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e teve como tema “Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras”. Organizado pela Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) da Unicamp, o evento tem ampla programação até sexta-feira.

Em uma apresentação que contou a trajetória da inserção da extensão nas universidades latino-americanas, Ana Inês e Marizinha fizeram um paralelo da herança colonial que moldou até mesmo este aspecto da educação brasileira. “A colonização europeia traz muito o pensamento de que nossas ideias são inferiores, mas nosso conhecimento é tão importante quanto”, expôs Marizinha. 

A esquerda, Ana Inês Sousa e ao seu lado Maria das Dores (Marizinha)

As palestrantes destacaram que, inicialmente, a extensão universitária na América Latina era composta apenas por cursos, influenciada pelos modelos inglês e estadunidense “Esse cenário só mudou com a Reforma Universitária de Córdoba, em 1918. A partir disso, as discussões sobre a extensão no ensino superior começaram a ser debatidas. No Brasil, essa reforma esboçou uma mudança e ganhou força com o Paulo Freire”, afirmou a palestrante da UFMG. 

Assim, a extensão universitária passou a ganhar maior relevância no Brasil. No entanto, o Golpe Militar de 1964 freou os avanços da extensão, utilizando o conceito de maneira instrumental. Projetos como o CRUTAC e o Projeto Rondon, que levavam estudantes de ensino superior a realizar estudos em diferentes regiões, não promoviam uma verdadeira interação dialógica. Foi somente após o fim da ditadura, em 1987, que surgiram novos movimentos de fortalecimento da extensão universitária, com a criação do primeiro Fórum de Pró-Reitores do Nordeste e, posteriormente, do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX).

Segundo Glaucinei Rodrigues Corrêa, pró-reitor de extensão da UFMG, esta é sua primeira participação no FORPROEX, após cinco meses no cargo. “Este momento de acolhida é fundamental para conhecermos a história da extensão, para as instituições e para a troca de boas práticas. Infelizmente, muitos desafios ainda persistem, mas estamos aqui para discutir tudo isso”, afirmou o pró-reitor.

Lana Nascimento, presidenta do Forproex, em sua fala de abertura para acolhida aos gestores

Segundo Lana Nascimento, presidenta do Forproex e Pró-reitora de Extensão da Universidade Estadual do Ceará (UECE), o evento propõe ser formativo. “O objetivo é que ninguém dê aulas expositivas, mas, sim, que aprendamos e compartilhemos juntos nossos saberes”, explicou ela. 

Dessa forma, Lana reitera a importância do Fórum como um meio político para fortalecer a pauta e as diretrizes. “Precisamos pensar nas assimetrias regionais e este evento serve justamente para isso. A extensão é uma articulação operadora da pesquisa e do ensino e muito valiosa na produção do conhecimento. Portanto, é preciso pensar nas diferentes políticas de desenvolvimento sociais e econômicas que devem ser debatidas”, concluiu.

Acompanhe a cobertura completa no Instagram da ProEEC @extensaounicamp.

Ana Inês Sousa em sua apresentação “Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras”
Marizinha em sua apresentação “Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras”

 

 

 

 

 

 

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