Exposição no CIS-Guanabara propõe novos olhares sobre cultura e periferia

Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Rafael Fonseca 

O CIS-Guanabara, espaço cultural da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), recebeu, na última quinta-feira (10/04), a abertura da exposição Direito À, do artista Raphael Escobar. A mostra, realizada em parceria com o Museu de Artes Visuais da Unicamp (MAV), convida o público a repensar as concepções tradicionais de arte e a refletir sobre direitos invisíveis e realidades periféricas.

Reconhecido por seu trabalho no centro de São Paulo, especialmente na região da Cracolândia, Escobar utiliza a arte como ferramenta de escuta e visibilidade dos territórios marginalizados. A série Direitos, que dá nome à exposição, reúne faixas e cangas com dizeres provocativos, como “Direito à Preguiça”, “Direito à Inadimplência”, “Direito à Loucura” e “Direito ao Prazer”. As obras questionam quais direitos deveriam existir para além daqueles previstos em lei.

O diretor do MAV, Gabriel Zacarias, conta que conheceu o trabalho de Escobar em outubro do ano passado, justamente a partir dessas cangas. A parceria resultou na construção conjunta da exposição. “O trabalho do Escobar é muito consistente e dialoga diretamente com o território e as histórias que nele existem. Ele questiona essa lógica de que é preciso levar cultura para as periferias, quando, na verdade, a cultura já está lá. O papel da arte é abrir espaço para ela se manifestar”, destacou o professor.

Para o estudante Vitor Brasil, da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (Feagri), a proposta do artista é necessária e merece ser valorizada. “É muito fácil falar que o país precisa de mais cultura em vez de reconhecermos o que já existe aqui. Tem muita coisa que não conhecemos, e trabalhos como esse nos proporcionam repertórios diversos”, afirmou.

Mais do que uma exposição, Direito À é um projeto de criação coletiva. Nos dias 16 e 23 de abril, o CIS-Guanabara sediará oficinas artísticas que convidam o público a criar suas próprias faixas e manifestos sobre os direitos que gostariam de reivindicar. “Essas oficinas são fundamentais para o trabalho. Elas ampliam a série Direitos a partir das vivências do público. Já tivemos criações como Direito à Minha Mãe Ter Folga em Dia de Sol ou Direito à Dignidade. É sempre muito potente”, contou Escobar.

As atividades serão conduzidas pelos artistas Bruno Oliveira e Kauê Garcia, que trazem suas trajetórias e suas experiências pessoais para as oficinas, ampliando as possibilidades de criação. As vagas são limitadas, e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail: secremav@unicamp.br

A exposição segue em cartaz até o dia 13 de maio, quando será encerrada com a apresentação do coletivo Pagode na Lata, grupo de samba formado por trabalhadores e usuários da Cracolândia.

Serviços

A exposição Direito À fica em cartaz no CIS-Guanabara até o dia 13 de maio. A visitação é gratuita.

Oficinas artísticas:

  • 16 de abril de 2025, das 14h às 18h — com Bruno O. e Raphael Escobar (20 vagas)
  • 23 de abril de 2025, das 14h às 18h — com Kauê Garcia e Raphael Escobar (20 vagas)

Encerramento:

  • 13 de maio de 2025, às 18h — apresentação do coletivo Pagode na Lata 

Inscrições para as oficinas: secremav@unicamp.br

 

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