Texto: Maria Luiza Robles Arias | Fotos e Edição: Rafael Campos Costa da Fonseca
Na última quarta-feira (09), o Museu de Artes Visuais (MAV) da Unicamp, com o apoio da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), realizou um evento de abertura da exposição “Arte Imprópria”, que está instalada na Biblioteca de Obras Raras Fausto Castilho (BORA). A exposição é gratuita e ficará à mostra até o dia 20 de novembro.
Durante a abertura, o pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura, Fernando Coelho, falou brevemente sobre sua gratificação em poder ajudar a promover esse tipo de atividade: “É um enorme prazer a gente poder ter na universidade exposições dessa categoria. O que a gente pretende, como órgão apoiador, é fazer mais e mais, porque esse é um movimento bastante importante para a universidade. Uma universidade pública como a nossa precisa estar o tempo todo apresentando e promovendo as artes. É sempre um enorme prazer poder apoiar esse tipo de atividade”, contou Coelho.
O curador da exposição, diretor do MAV e professor do departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Gabriel Zacarias, apresentou alguns detalhes da exposição, por exemplo, como surgiu a ideia para a temática abordada: “O nome da exposição é uma brincadeira com a própria noção de apropriação muito presente na história da arte desde o século XX e que reapareceu significativamente nos últimos anos, principalmente nessa chave política e cultural. Nós pensamos que podíamos trabalhar a partir dessa chave e pensar uma impropriação cultural que seria não partir da ideia de apropriação para gerar uma disputa do que é próprio só de alguém, mas reconhecendo que a apropriação é um procedimento constante. E, a partir daí, pensar se isso não poderia indicar justamente um caminho, na arte, para colocar em suspensão a própria ideia de propriedade privada”, revelou Zacarias.
Ainda partindo dessa ideia, o curador fez uma provocação: se a arte pode ser feita a partir de objetos do cotidiano por meio do uso de técnicas simples, então por que não passar a encarar os produtos artísticos como algo que sempre é coletivo, que não pertencem a uma pessoa só e que podem ser constantemente refeitos? É nessa ideia que surge, justamente, o “impropriar”. “A ideia de impróprio não é aquela do inadequado no sentido moral; pelo contrário, é a ideia de desfazer a propriedade, impropriar ao invés de apropriar”, completou Zacarias.
Kauê Garcia, um dos artistas que compõem a exposição, revelou sua gratidão ao público e relembrou seus laços com a Unicamp: “Para mim, é muito importante estar numa exposição que trata da apropriação e da impropriação. E acho que mais que isso, para mim é superimportante expor aqui em Campinas. Estar de volta aqui na cidade, aqui onde eu estudei, onde eu convivi muito tempo. A Unicamp tem um papel muito central na minha formação, não só profissional, mas pessoal também. Então estar aqui em uma exposição aberta que atravessa não só a comunidade interna da universidade, mas também a externa é muito significativo”, contou.
A exposição conta com obras diversas, com materiais tanto do acervo do próprio MAV quanto de peças montadas em coletivo, pensadas especificamente para essa exposição.