Duo Zimbado celebra Tânia Maria unindo prática artística e pesquisa acadêmica

Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Duo Zimbado

A música instrumental brasileira e o jazz se encontram no novo projeto do Duo Zimbado, “Reinventando Tânia Maria: musicistas e pesquisadoras articuladas para compreender e memorizar a musicalidade de Tânia Maria”, contemplado pelo Edital de Arte e Cultura 2025, da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). A primeira frente de atuação do projeto é uma roda de conversa com pesquisadores, docentes, estudantes e músicos para discutir a obra de Tânia Maria sob diferentes perspectivas, incluindo sua técnica vocal e instrumental, sua relação com o jazz e a brasilidade presente em seu repertório. A segunda consiste em duas performances musicais: uma apresentada pelo próprio Duo Zimbado e outra, pelo Projeto Tânia Maria. Ambos os eventos acontecerão no Auditório do Instituto de Arte (IA), no dia 16 de abril, às 13h e 19h, respectivamente.

A proposta busca revisitar e ampliar a visibilidade da obra de Tânia Maria, uma das artistas mais singulares da música brasileira, que já foi indicada ao Grammy na categoria “Melhor performance vocal feminina”, em 1985. Formado por duas estudantes da graduação em Música do IA da Unicamp, Amanda Camargo (piano) e Marina Kono (voz e vibrafone – instrumento de percussão tocado com baquetas), o duo se destaca pela abordagem que envolve tanto a prática artística quanto a pesquisa acadêmica.

Desde que ingressaram na universidade, em 2022, as musicistas perceberam um interesse mútuo em trazer seus próprios repertórios, o que resultou em uma sonoridade única. Nesse processo, a presença de Tânia Maria se tornou uma referência natural, à medida que suas músicas dialogavam com o que o duo buscava explorar. “Nós começamos a trazer um pouco das vivências de cada uma e, nesse processo, encontramos a melodia e os timbres que melhor nos representavam”, explica Marina. O nome do duo surgiu dessa identidade musical: “‘Zimbado’ significa algo em alta intensidade, e essa característica se reflete na forma expansiva como tocamos e interpretamos. Isso também nos aproxima de Tânia”, completa.

Além de explorar a riqueza rítmica e expressiva de Tânia Maria, o projeto se insere em um debate mais amplo sobre a representatividade feminina na música. Por muito tempo, o cenário da música instrumental foi predominantemente masculino, e a trajetória de Tânia Maria se torna um ponto de partida para refletir sobre o protagonismo das mulheres nesse espaço. Amanda destaca a relevância desse olhar acadêmico: “A Tânia é uma mulher negra e uma artista pouquíssimo conhecida no Brasil. Para mim, discutir esses aspectos agrega muito à nossa produção musical e acadêmica”, afirma.

 

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