Do Colmeia para a universidade: Iago realiza o sonho de cursar Medicina

Texto: Ana Ornelas | Fotos: Arquivo pessoal

“Eu larguei tudo para tentar de verdade. Pedi demissão, mudei minha rotina inteira e apostei todas as fichas no cursinho. Foi arriscado, mas o Colmeia mudou minha vida.” A declaração é de Iago de Lima e Silva, 28, e resume a virada de chave que o levou da rotina de uma multinacional para as salas de aula da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS), em Pouso Alegre, onde começou a cursar Medicina com Financiamento Estudantil (FIES).

Antes da mudança drástica, a vida dele seguia outro caminho. Após terminar o ensino médio, Iago cursou Administração, mesmo não sendo exatamente o que ele queria. Mesmo assim, ele terminou o curso e se inseriu no mercado de trabalho. “Entrei numa multinacional, fui crescendo e cheguei a cargos que eu achava que eram o meu objetivo na época. Fiquei lá por oito anos. Mas chegou uma hora em que percebi que não era aquilo que eu queria para o meu futuro. Eu olhava para mim daqui a 10, 15 anos e não me enxergava mais lá”, contou. 

A decisão de sair do emprego estável e mudar tudo veio aos poucos. Primeiro, Iago tentou um cursinho particular. Assim, ele trabalhava o dia inteiro, estudava à noite, mas sentia que não dava conta. “Era muita correria. Eu chegava às sete da noite para estudar até às dez, todos os dias, mas estava sempre esgotado. O conteúdo vinha em avalanche e eu não conseguia absorver tudo. Fiz o Enem, tentei algumas bolsas, mas não consegui. Foi quando vi no Instagram sobre o Cursinho Colmeia. Li sobre o projeto, vi que os professores eram alunos da Unicamp, que havia plantões, uma proposta diferente e resolvi arriscar.”

No Colmeia, Iago aprendeu a estudar de uma forma mais didatáica e funcional.

Por fim, Iago pediu demissão de seu trabalho para focar nos estudos. “Meus pais ficaram assustados, claro. Mas era agora ou nunca. Eu queria mudar de vida e sabia que precisava me dedicar de verdade.”

No Colmeia, a experiência foi diferente de tudo o que ele tinha vivido. Ele conta que a forma de ensinar, o acolhimento e a didática dos professores foi mais humanizado. “Os professores explicavam, voltavam, conversavam com a gente. Tinha plantão individual, tutoria, incentivo. Eles não eram só professores. Escutavam, aconselhavam, acreditavam na gente. Era um ambiente em que eu me sentia apoiado, não só pressionado.”

Além disso, ele aprendeu a estudar de outra forma. “Eu fazia exercícios de manhã, revisava o conteúdo à noite e fazia simulados nos fins de semana. Colei post-its no quarto inteiro, criei mapas mentais, até paródias eu usava para decorar matérias. Biologia celular, por exemplo, eu aprendi no Colmeia de um jeito que hoje, na faculdade, não preciso quebrar tanto a cabeça. Foi ali que eu criei disciplina de verdade.”

O esforço deu resultado. Depois de alguns vestibulares, Iago conquistou a tão sonhada vaga em Medicina, perto da família, em Pouso Alegre. “Eu tinha passado em outros lugares, mas ficava longe de casa. Aqui, consegui unir tudo: a faculdade que eu queria e o apoio da minha família.”

Hoje, ainda com uma rotina puxada, Iago reconhece a importância que o cursinho popular teve em sua trajetória. “O Colmeia não mudou só a minha vida acadêmica, mudou a forma como eu vejo meu futuro. Me deu base, disciplina e confiança. Se eu consegui chegar até aqui, é porque lá atrás alguém acreditou em mim e me deu as ferramentas para sonhar grande.”

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