Dia Mundial do Graffiti traz intervenção artística nos banheiros do CB

Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: José Irani

Nesta quinta-feira, 27 de março, em comemoração ao Dia Mundial do Graffiti, o Coletivo Curadoria Hip Hop realizou uma exposição especial no Ciclo Básico da Unicamp, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). A intervenção artística aconteceu dentro dos banheiros masculino e feminino do CB e trouxe murais assinados pelos grafiteiros Chorão e Gim Martins. Com o tema “Cantos da Mata”, com obras em homenagem à Mata Atlântica. Os artistas buscaram retratar a riqueza da fauna e flora brasileira por meio das cores vibrantes e dos traços marcantes do graffiti.

Desde o último domingo, Chorão vinha se dedicando à criação das obras, superando o desafio de pintar em espaços fechados e com tempo reduzido. “Sempre gostei de pintar a natureza, mas foi um grande desafio esse graffiti pelo espaço grande e pelo tempo curto. A partir das cores vibrantes, busco mostrar como é importante a preservação e a conservação da natureza”, contou Chorão. O Coletivo Curadoria Hip Hop é formado por cinco integrantes e tem como objetivo levar os quatro elementos do hip-hop — MC’s, DJ’s, breaking e graffiti — para a comunidade. A proposta é promover educação por meio da cultura e fortalecer os movimentos urbanos. 

O artista grafiteiro Chorão ao lado de sua obra no Dia Mundial do Graffiti.

Para Rafael Martins, pedagogo formado pela Unicamp e integrante do coletivo, o hip-hop está intrinsecamente ligado à pesquisa e à construção do conhecimento. “O coletivo foi formado a partir de eventos da cultura hip-hop, que aconteciam em territórios da cidade onde tradicionalmente ele acontece, mas que passaram a conectar ações na gestão pública, junto com a Prefeitura Municipal de Campinas, como o Conselho Nacional do Hip-Hop”, explica. Ele também destaca a relevância dos movimentos sociais como ocupação dos espaços públicos, com o intuito de profissionalizar e elevar a cultura artística.

À direita, DJ Urso e, à esquerda, Rafael Martins.

Gustavo Urso, DJ do coletivo, reforça essa questão e acrescenta como é importante o acesso universal à cultura e ao lazer. “Como forma de fortalecer os artistas da região, tive a intenção de levar o hip-hop para cada vez mais lugares da cidade que, talvez, ele não chegasse. Nossa intenção, além de educar sobre a cultura do hip-hop, é profissionalizar os artistas envolvidos”, afirma.

Apresentação cultural que abriu a cerimônia do Dia Mundial do Graffiti.

O movimento hip-hop tem uma história significativa em Campinas, marcada pela presença ativa de artistas e coletivos que promovem eventos e batalhas de rap, levando a cultura para diferentes territórios da cidade. Nos últimos anos, a integração com o poder público, como o Conselho Nacional do Hip-Hop e iniciativas culturais, tem garantido maior visibilidade e reconhecimento ao movimento, fortalecendo suas raízes e abrindo espaço para novas gerações de artistas.

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