Texto: Ana Ornelas
No dia primeiro de dezembro, o Coro Contemporâneo de Campinas conquistou o primeiro lugar na modalidade de competição do 2º Encuentro Coral UC, no Chile, promovido pela Pontificia Universidad Católica de Chile. O evento reuniu mais de mil vozes e 40 grupos. Além disso, o coro venceu na modalidade festival, votado pelo público, com um repertório dedicado exclusivamente à música brasileira popular e erudita.
Fundado em 2009 pelo regente Angelo Fernandes e por alunos do curso de Música do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, o Coro Contemporâneo já havia participado do 1º Encuentro Coral UC, na Argentina, em 2023, quando conquistou o segundo lugar na competição. Este ano, a participação no evento foi viabilizada com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) da Unicamp e do pró-reitor, Fernando Coelho.
De acordo com Coelho, a partir do momento que a universidade traz essas questões para a gestão, portas são abertas. “Fico feliz de saber que, por conta desse financiamento, conseguimos mostrar às pessoas como a Unicamp trabalha em muitas frentes de qualidade”, diz o professor.
Segundo Fernandes, o concurso foi uma oportunidade de promover a música brasileira no exterior. “Apresentamos um repertório diversificado. Uma obra foi renascentista italiana do Claudio Monteverdi, outra do período romântico do século XIX, do austriaco Anton Bruckner, e uma obra do polonês Krzysztof Penderecki, composta no século XX. Além disso, fizemos outras duas obras dos compositores brasileiros Aylton Escobar e Ronaldo Miranda. No festival aberto ao público, todo o repertório foi 100% brasileiro, e a recepção foi excelente”, relata.
Na próxima terça (10/12) e quinta (12/12), o Coro Contemporâneo de Campinas, a Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) e o Collegium Vocale Campinas, sob a direção de Akira Kawamoto, se unem para duas apresentações especiais da Nona Sinfonia de Beethoven, que celebra 200 anos em 2024. As performances, gratuitas e abertas ao público, acontecem na Catedral de Santo Antônio, em Piracicaba, e no Auditório da FCM, em Campinas, às 19h30, respectivamente.
Para Cinthia Alireti, regente da OSU, tocar uma obra complexa em uma catedral é uma experiência única. Ela destaca a relevância da sinfonia, que permanece atual mesmo dois séculos após sua estreia. “Estamos inseridos em um movimento global de celebração. Orquestras ao redor do mundo estão tocando a Nona à sua maneira, reforçando sua mensagem sobre fraternidade entre as nações. É uma metáfora do que acontece no cenário cultural internacional”, afirma a diretora artística.
Para Fernandes e Cinthia, as expectativas para esta parceria com a OSU e o Collegium Vocale Campinas são altas. “Desde que assumi a regência, em 2012, o Coro Contemporâneo realiza concertos anuais com a OSU. Esta é a primeira vez que apresentamos juntos a Nona Sinfonia, e a celebração dos 200 anos tem sido muito enriquecedora para todos nós”, conclui o maestro.
