Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Arquivo Pessoal
Idealizado por estudantes do curso de midialogia do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, o “Cineclube 1011” é um projeto totalmente gratuito que visa a reunir os amantes da sétima arte para assistirem a clássicos e produções contemporâneas, com uma programação cuidadosamente selecionada. As sessões, que acontecem na Casa do Lago todas às terças-feiras, às 19h, passam por uma curadoria e abordam temas escolhidos pelo grupo organizador do evento.
Gabriel Savoia, um dos principais responsáveis pela criação do cineclube, conta que a iniciativa surgiu a partir de uma inquietação causada por um de seus docentes. “Durante a aula, um de nossos professores questionou quem de nós conseguiria fazer um cineclube e mantê-lo. A ideia ficou na minha cabeça e comecei a pensar na viabilidade para isso dar certo. No final de 2023, eu já estava negociando o espaço com a Casa do Lago e, em abril de 2024, o projeto apresentou sua primeira sessão”, contou.

Apesar de ter sido influenciado por um professor, Savoia diz que sempre notou como a criação de repertório é escassa e carente de estímulo até mesmo no ambiente acadêmico. “Sabemos que a acessibilidade ao cinema é elitizada. Os filmes comerciais, que atraem o grande público, são exibidos em cinemas de shoppings, o que encarece todas as etapas: trajeto, ingresso e comida. Democratizar o acesso e o cinema não comercial é um trabalho desafiador”.
Os filmes escolhidos abordam as vertentes do cinema clássico, alternativo e brasileiro e passam por seleções criteriosas por meio de reuniões com os curadores do projeto. Ao fim, são escolhidos temas que serão abordados ao longo de um mês. Para 2025, a proposta é trazer pontos de vista e interesses pessoais das quatro cabeças do grupo: Gabriel Savoia, Vinícius Camargo, Otávio Isaki e Maria Carolina Torres Viana. “Nós buscamos conceitos acadêmicos e os temas surgem através dessa pesquisa. A partir disso, conseguimos selecionar os longas ou os curtas que se relacionam com o tema”, explicou Savoia.
Mesmo sendo voltado para universitários da área, as sessões recebem frequentadores dos mais diversos cursos acadêmicos. De acordo com Savoia, os estudantes dos cursos de Matemática, Química, Física e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) são maioria.
Para o mês de março deste ano, o grupo trabalha um ciclo diferente, denominado “Sessões Especiais”. Savoia explica que, dessa forma, cada dia de exibição será livre e escolhido pessoalmente por um dos curadores, que também serão responsáveis pela condução das sessões e pela produção dos textos que as orientam teoricamente. Para isso, serão adicionadas sessões às quintas-feiras, às 15h, somando cinco exibições no mês.
Ciclo: Sessões Especiais
11/03 (terça-feira):
- “A Sorridente Madame Beudet” (La Souriant Madam Beudet, 1923), de Germaine Dulac – 40 min
- “Coração Fiel” (Cœur Fidèle, 1924), de Jean Epstein – 85 min
13/03 (quinta-feira):
- “A Paixão de Joana d’Arc” (La Passion de Jeanne d’Arc, 1928), de Carl Theodor Dreyer – 115 min
18/03 (terça-feira):
- “Boudu, Salvo das Águas” (Boudu Sauvé des Eaux, 1932), de Jean Renoir – 85 min
- “Um Dia no Campo” (Partie de champagne, 1946), de Jean Renoir – 40 min
25/03 (terça-feira):
- “Roma, Cidade Aberta” (Roma, città aperta, 1945), de Roberto Rossellini – 105 min
27/03 (quinta-feira):
- “Monika e o Desejo” (Sommaren med Monika, 1953), de Ingmar Bergman – 96 min
Para mais informações, acesse o Instagram do Cineclube 1011.