Unicamp integra missão à Alemanha para ampliar cooperação entre museus universitários

Texto: Ana Ornelas | Fotos: Arquivo Pessoal

Representando a Unicamp, a pró-reitora de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), Sylvia Furegatti, participou no último mês de uma missão internacional na Alemanha voltada ao fortalecimento da cooperação entre museus universitários. A viagem integrou a iniciativa “Rede de Museus Baviera–São Paulo”, parceria entre instituições brasileiras e alemãs que busca ampliar ações conjuntas em pesquisa, curadoria, museologia e intercâmbio acadêmico. Também fazem parte da rede a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Centro Universitário Belas Artes.

Durante a missão, o grupo visitou museus em cidades como Munique, Nuremberg e Tübingen, além de participar de um workshop promovido pela rede alemã Centro Universitário da Baviera para a América Latina (Baylat), que reuniu representantes de diferentes museus universitários para discutir novas perspectivas de atuação. Segundo Sylvia Furegatti, a experiência foi fundamental para consolidar parcerias e refletir sobre o papel social dos museus contemporâneos. “A Europa é uma grande referência na área museal, mas o que percebemos é que não há uma linearidade. Cada museu opera de forma diferente. Alguns têm acervos mais extensos, outros apostam na interação com a comunidade. Todos, no entanto, precisam responder a uma mesma questão: por que existimos e a que sociedade servimos?”, afirmou.

Visita técnica à Pinacoteca de Munique.

A professora explicou que os museus universitários enfrentam um desafio duplo, pois, além de conservar e comunicar seus acervos, têm a responsabilidade de transformar conhecimento em prática social. “O museu universitário carrega a chancela da pesquisa e da excelência acadêmica, mas também precisa justificar sua relevância diante da sociedade. No Brasil, a chamada museologia social tornou-se um caminho potente, porque, com menos recursos e tradição secular, aprendemos a nos reinventar por meio da participação da comunidade”, disse.

O conceito de museu-laboratório, bastante presente nas experiências brasileiras, despertou o interesse dos alemães. O modelo propõe o uso dos museus como espaços de ensino, convivência e experimentação. “Trata-se de um museu que ultrapassa o papel de vitrine e se torna parte da vida universitária. É um ambiente de aula, de produção cultural e de aproximação com o público”, explicou Sylvia.

Visita técnica ao museu Haus der Kunst, em Munique.

Durante workshop realizado em Thurnau, o grupo discutiu de que forma a expertise latino-americana poderia contribuir com o processo de atualização dos museus europeus, especialmente no campo da acessibilidade e da interação social. “Os museus brasileiros desenvolveram um modo muito próprio de existir, mais aberto à escuta e à sociabilidade. Essa experiência pode inspirar instituições europeias que, embora contem com estruturas grandiosas, muitas vezes ainda se voltam mais para o objeto do que para o visitante”, observou a pró-reitora.

A missão também resultou na produção de um vídeo institucional coordenado pela Comunicação e Midialogia da ProEEC, com direção de arte de Rafael Fonseca e narração de Dário Crispim, reunindo imagens enviadas pelos docentes e pelos museus participantes da Unicamp. O material está disponível no canal do YouTube da ProEEC.

Para Sylvia Furegatti, a presença da Unicamp nessa rede representou um passo importante na consolidação de políticas culturais e museológicas no âmbito da extensão universitária. “É uma oportunidade de cooperação que vai além da troca de acervos e exposições. Estamos falando de pensar juntos o futuro dos museus e sua função social em um mundo que exige cada vez mais escuta, diversidade e diálogo”, concluiu.

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