Texto: Ana Ornelas | Foto: José Irani
Estão abertas as inscrições para as vagas remanescentes do programa de residência médica do projeto Dermatologia – Compromisso Social. Em dezembro de 2024, a Unicamp firmou um Termo de Convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o município de Currais Novos para viabilizar as ações do programa. Idealizado pelo professor Paulo Velho, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), o projeto visa levar residentes de dermatologia para atuar no interior do país, oferecendo-lhes, ao final da experiência, tanto uma especialização quanto uma formação acadêmica (mestrado ou doutorado).
Segundo Velho, a iniciativa beneficia os residentes tanto no aspecto profissional quanto no acadêmico. “A ideia é que o aluno realize três anos de residência na Unicamp e, em seguida, outros três anos em Currais Novos. Durante esse período, ele dará aulas em instituições federais enquanto desenvolve sua pesquisa de mestrado ou doutorado”, explicou o professor.

Além do impacto profissional, o projeto proporciona uma experiência favorável do ponto de vista pessoal. Flávia Adelaide, mestranda entre 2021 e 2024, destacou a importância da interiorização da assistência. “Poder retribuir para a sociedade em uma região carente traz um impacto enorme. Percebi como meu atendimento ajudou a desenvolver a prática local. Além disso, por ser uma cidade pequena, tive a oportunidade de me aproximar dos pacientes e de suas famílias, o que dificilmente aconteceria em grandes centros”, relatou a dermatologista.
O convênio também contempla outras formas de participação no projeto. Estão sendo desenvolvidas, ainda, residências multiprofissionais, que serão adaptadas às demandas do município, além de residências em fisioterapia e terapia ocupacional, abertas a alunos de universidades de todo o país. Nesses casos, os estudantes atuarão diretamente no campo, sob a supervisão de um orientador, enquanto os créditos acadêmicos da Unicamp serão cursados de forma online.

A proposta também prevê a expansão para outras áreas da graduação. “Planejamos uma parceria com a Universidade Federal do Maranhão, que demonstrou interesse em levar o projeto para Imperatriz”, revelou Velho.
Embora pioneira na Unicamp, a iniciativa pode ser replicada em outras universidades do Brasil. “O projeto é viável porque não gera custos para a Unicamp. As bolsas são financiadas pelo município e pelo Ministério da Saúde, além do apoio da FAPESP para os alunos de mestrado e doutorado”, concluiu o professor.