ParaFEFíadas promove equidade dentro do mundo esportivo 

Por Ana Ornelas

Com o objetivo de incentivar e democratizar as competições esportivas, a Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, em parceria com a Prefeitura de Campinas, realizou a primeira edição das ParaFEFíadas. O evento, que ocorreu na última segunda-feira (11/11), contou com a participação de mais de 200 alunos PCDs do Ensino Fundamental II, de todas as escolas públicas de Campinas, nas modalidades de atletismo, bocha, goalball, rugby em cadeira de rodas e vôlei sentado. A organização foi feita pelos estudantes da disciplina de Esporte Adaptado, ministrada pelas professoras Mariana Gomes e Gabriella Andreeta.

Antes das ParaFEFíadas, a Prefeitura de Campinas e a FEF já haviam firmado outras parcerias. Os Jogos Escolares Municipais (JEM), idealizados pelos professores de educação física da rede pública, foram adaptados para alunos PCD, dando origem ao evento Adapta FEF, que passou a ser realizado anualmente. No entanto, havia uma procura crescente por competições mais específicas para pessoas com deficiência.

Segundo Mariana Gomes, já existia uma demanda da Prefeitura para que acontecessem mais competições esportivas com crianças PCD. A partir disso, as modalidades foram escolhidas baseadas nas características que as crianças apresentam, de modo a democratizar os esportes (sejam eles paralímpicos ou não). “O esporte pode ser competitivo, mas nunca capacitista. Todos esses alunos também têm o direito de ganhar medalhas, vencer e se frustrar”, diz a docente. 

Visando promover equidade e igualdade, o convite foi estendido pela Prefeitura diretamente às escolas municipais. Segundo Beatriz Leme Passos Carvalho, funcionária da Secretaria Municipal de Educação e formada em Educação Física pela FEF, a convocação das escolas foi realizada pelas equipes gestoras, com o apoio adicional dos professores de Educação Física e Educação Especial. “A abordagem com os alunos é feita de maneira sensível e cuidadosa, considerando que alguns enfrentam barreiras devido ao receio ou à resistência das famílias”, explica Beatriz.

Apesar das dificuldades, muitos alunos se inscreveram e mostraram entusiasmo com a oportunidade. Para a professora Ellen Seccon, da escola Prof.ª Maria de Fátima Faria Área, dar a possibilidade de praticar o esporte competitivo é um exemplo de inclusão. “Ficamos muito felizes com o convite, ainda mais em um ano de Paraolimpíada. Estamos vendo a empatia crescer cada vez mais, e eventos como esse reforçam a proposta de inclusão que defendemos”, conta.

A professora de Educação Especial na EMEFEI Júlio de Mesquita Filho, Franciele Oliveira, complementa que eventos como as ParaFEFíadas ajudam os alunos a se sentirem mais integrados à sociedade, mas ressalta que ainda há muito a ser feito. “É importante realizar mais jogos com públicos misturados. Oportunidades como essa devem existir, mas a agregação também é importante”, conclui.

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