Grupo de Aikidô da Unicamp se apresenta no Festival de Budo

Texto: Ana Ornelas | Revisão: Felipe dos Santos | Fotos: Arquivo Pessoal

Apesar de não ser um esporte, não ter competição e nem vitoriosos, o Aikidô exige concentração, força e entrega. Praticado na Unicamp desde 2012, o grupo da arte marcial japonesa participa do Festival de Budo no dia 6 de junho, no Ginásio Multidisciplinar (GMU) da Unicamp, das 16h às 21h, “com uma demonstração que valoriza a cooperação como forma de superação”, segundo o professor e coordenador Henrique N. Sá Earp. 

Além de conduzir as aulas, Henrique é docente do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) e conta que a equipe reúne praticantes de diferentes idades e níveis técnicos. A proposta é aprender com o outro, nunca contra ele. “No Aikidô não existem categorias de vitória e derrota. Se a gente coopera, a gente aprende junto. A prática só funciona assim”, explicou o professor, que treina desde os 14 anos e hoje é faixa preta, terceiro dan.

O grupo Aikidô Unicamp nasceu fora dos muros da universidade e só passou a treinar em espaço interno depois da pandemia, por meio de chamada pública do GMU, espaço cedido pela Diretoria de Esportes, vinculada à Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). Hoje, a modalidade é oferecida como curso de difusão pela Extecamp. As aulas são realizadas às segundas e quartas, das 17h30 às 18h30, e são abertas às comunidades interna e externa. Estudantes da Unicamp têm 50% de desconto, e bolsistas de programas socioeconômicos são isentos do pagamento.

Festival de Budo que acontecerá dia 06/06, no GMU da Unicamp. (Foto: Divulgação)

Com técnicas que envolvem torções, quedas e uso controlado da força, o Aikidô exige disciplina e consciência corporal. As práticas também incluem armas tradicionais, como bastões e espadas de madeira, sempre de forma simbólica. “A gente treina de maneira progressiva, respeitando o tempo de cada um. É uma prática intensa, que envolve aquecimento, coordenação, atenção e respeito mútuo. Mais da metade dos meus alunos são mulheres, o que mostra o quanto propomos um ambiente acolhedor”, disse.

Segundo o professor, apesar de a arte marcial dialogar com a defesa pessoal, ela vai além do enfrentamento. “A fantasia de que aprender técnicas de luta resolve tudo é perigosa. A defesa pessoal começa antes: em como você percebe o ambiente, entende riscos, respeita sinais. E isso o Aikidô desenvolve, a sensibilidade de perceber os limites do outro e os seus próprios.”

Com apoio da Associação Aikidô Rio de Janeiro, sob supervisão do mestre Ichitami Shikanai, o grupo segue ativo dentro da universidade. Para Henrique, mais importante que qualquer graduação é o que se aprende fora do tatame. “Se você aprende a interagir com o corpo do outro com respeito, você leva isso para a vida. As pessoas estão sempre comunicando seus limites. A pergunta é: você está ouvindo?”

A demonstração no Festival de Budo contará com a participação de Henrique e três alunos. No tatame, os colegas se alternam entre ataque e defesa, em um movimento sincronizado e cuidadoso. “O esporte busca vencer dentro das regras de um jogo. A defesa pessoal busca preservar a integridade. Já o Aikidô tem como objetivo o amadurecimento espiritual do praticante e, coletivamente, a superação da violência como forma de mediação nas relações humanas.”

Sobre o festival

Visando a promover um encontro cultural entre praticantes de diferentes artes marciais japonesas (Budo) e a comemorar os 130 anos de amizade Brasil-Japão, marcados pela intensa imigração nipônica em nosso país, o Festival de Budo busca a socialização dos participantes das extensões de lutas e esportes de combate. 

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