CIS-Guanabara traz improviso, humor e crítica social no espetáculo “Processo Seletivo – Um show para poucos!”

Texto: Ana Ornelas | Fotos: Litphotostudio

E se as dinâmicas de grupo e entrevistas de emprego virassem um show de auditório? É essa a provocação que o coletivo Improletáries (@improletaries) leva ao palco com o espetáculo “Processo Seletivo – Um show para poucos!”, que será apresentado nos dias 25, às 20h, e 26 de outubro, às 19h, no Galpão do CIS-Guanabara, espaço da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) da Unicamp. As apresentações contarão com tradução em Libras, entrada gratuita e retirada de senhas uma hora antes do início de cada sessão.

Sendo a primeira montagem do coletivo campineiro, o espetáculo mistura improvisação teatral, humor ácido e crítica social para refletir sobre o mundo do trabalho e suas contradições. A proposta nasceu de um longo processo formativo do grupo, que realiza oficinas gratuitas de improvisação teatral voltadas à democratização do acesso à arte. O projeto foi selecionado pelo Programa de Qualificação em Artes (CultSP), do Governo do Estado de São Paulo, e contou com orientação cênica de Rhena de Faria.

Com estética inspirada nos reality shows, a peça leva ao extremo o discurso da meritocracia, da autoajuda corporativa e da busca por produtividade.

Na peça, os artistas criam cenas no momento, a partir de sugestões da plateia e das provocações do mestre de cerimônias, sem roteiro nem ensaio. Em “Processo Seletivo”, essa estrutura é transportada para o universo corporativo: um recrutador carismático conduz os “candidatos” por dinâmicas absurdas, como vender produtos inexistentes, demitir colegas ou representar o próprio “espírito animal profissional”, por exemplo.

“A temática do trabalho está sempre presente em nossos encontros, com todos os seus perrengues, tensões e caminhos tortuosos. O espetáculo é o símbolo máximo dessas tensões, e decidimos transformá-lo em um espetáculo que une improviso, crítica e narrativa”, explicou o ator Jefferson Vasques, um dos integrantes do coletivo.

Com estética inspirada nos reality shows, a peça leva ao extremo o discurso da meritocracia, da autoajuda corporativa e da busca por produtividade. No palco, termos como “mindset”, “propósito” e “proatividade” ganham tom de ironia ao transformarem o ambiente de trabalho em um verdadeiro culto à Grande Corporação. “Esperamos que o público saia com a leveza de quem riu, mas também refletindo sobre os absurdos que aceitamos quando nos vemos apenas como indivíduos competindo pela sobrevivência”, completou Vasques.

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