Texto: Ana Ornelas e Maria Luiza Robles | Revisão: Felipe dos Santos
Nesta quarta-feira (27/11), foi realizada a abertura do Forproex (Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras), no Instituto de Geociências (IG) da Unicamp. O evento, organizado pela Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC – Unicamp), começou com a apresentação cultural do Grupo de Cello de estudantes do Instituto de Artes (IA) sob orientação do professor Lars Hoefs. Durante a recepção, os participantes foram credenciados para assistir à mesa de debate intitulada “Redes de extensão para a sustentabilidade do desenvolvimento”. A palestra foi ministrada por Rachel Trajber, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), e mediada pelo professor Fernando Coelho, pró-reitor ProEEC – Unicamp.

Para Coelho, é fundamental manter os debates e as trocas de saberes em pauta, uma vez que esses momentos de diálogo são essenciais para o avanço da extensão universitária no Brasil. “O Fórum é um momento privilegiado de discussão e fortalecimento das nossas conexões, que tem como objetivo ampliar o impacto e a relevância da extensão no contexto acadêmico e social. Dessa forma, buscamos garantir que a extensão, cada vez mais, assuma seu devido lugar nas universidades públicas brasileiras, contribuindo para a formação cidadã, o desenvolvimento regional e a promoção da sustentabilidade e inovação”, afirmou o reitor.
Segundo Rachel Trajber, em sua palestra, existe um grande desafio de construir uma educomunicação (abordagem educacional que integra a comunicação e a educação) no novo regime climático. “Para melhorarmos a educação ambiental climática, há desafios. Primeiramente, precisamos pensar em recursos e uma relação interministerial. O Ministério da Educação precisa implementar isso no currículo para que haja uma mudança real”, explicou a antropóloga.
Dessa forma, Rachel propõe projetos multiescalar, intersetorial e transdisciplinar no ensino superior que visam a difundir estratégias de sustentabilidade das pessoas e comunidades. O objetivo é que alunos e professores entrem em contato com escolas em territórios de alto risco. “Vivemos na era ‘Capitoloceno’. A narrativa negacionista permeia todas as nossas ações. Os desastres que acontecem hoje não são naturais. Por isso, precisamos que exista esse diálogo para que a educação ambiental climática possa ser transformada”, argumentou.
Mesa sobre “Financiamento da Extensão na Graduação e Pós-graduação”
Na parte da tarde, os trabalhos continuaram com a mesa “Financiamento da Extensão na Graduação e Pós-graduação”, mediada por Hélder Eterno, pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Compuseram esse debate a coordenadora-geral de Planejamento Acadêmico, Pesquisa e Inovação do Ministério da Educação (MEC), Mariana Gaete, e o coordenador-geral de Fomento a Ações Estratégicas da CAPES, Julio César Piffero.
A mesa foi um espaço que debateu as ações de financiamento à extensão que o MEC e a CAPES têm articulado. Os palestrantes apresentaram os próximos passos dos órgãos para ampliar ainda mais os horizontes da extensão.
Além disso, a mesa também foi um espaço de cobrança por parte dos pró-reitores em relação à participação do MEC e da CAPES na idealização e na realização das práticas extensionistas. “O MEC e a CAPES erram quando querem falar de extensão sem falar com esse Fórum”, afirmou Helder. O mediador, assim como outros pró-reitores presentes na plateia, defendeu que pensar na extensão não deve ser uma responsabilidade somente das pró-reitorias, mas, sim, de todas as instituições e todos os órgãos envolvidos.
Para acompanhar a cobertura completa do evento e ficar por dentro da programação , acesse o Instagram da ProEEC @extensaounicamp.
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